OLHE NOS MEUS OLHOS
Siga os passos do Mestre, não peça, olhe primeiro.
Que alegria ter a oportunidade de refletir com você neste espaço. Muitas vezes deparamos com expressões, perguntas e narrativas que permitem fazermos várias reflexões, ampliando a visão para os diálogos.
O ensino da Palavra de Deus não é estático, mas dinâmico. Partindo de uma mesma frase, pergunta, ilustração ou narrativa, podemos chegar a reflexões com diversas aplicações, dando-nos a oportunidade de aprender algo novo ou de aprender com um novo modo de pensar.
Gostaria de começar pensando com vocês sobre uma frase que ouvi numa certa ocasião: – “Olhe nos meus olhos”, e fazer algumas reflexões sobre a mediação do ensino de Jesus aos seus discípulos.
Considerando Jesus como referencial de fé e de prática eficaz, sua postura de mestre sempre atraiu pessoas com seu ensino presencial. Ele jamais usou suas estratégias de ensino e a colocação de sua voz para inibir o pensamento de seus discípulos. Ao contrário, expunha-lhes seus ensinamentos como o filho de Deus enviado, com o objetivo de torná-los seus seguidores, parecidos com Ele, no percurso da trilha do conhecimento, dando-lhes testemunho da sua missão.
Quando pensamos na interação positiva, é necessário haver trocas e diálogos em todo o tempo dos ensinamentos do mestre na interação com seus alunos, ou seja, seus discípulos. Jesus conduziu os discípulos a refletir sobre as razões pelas quais Ele fora enviado, sobre quem o enviara. Ele se humilhou, deixou sua glória para nos trazer a revelação perfeita do amor do Pai celestial.
De maneira que tudo o que fizermos, como o uso da nossa voz, a utilização de estratégias, recursos e métodos na mediação das crianças, deve primeiramente refletir o ensinamento de Jesus. Elas devem lembrar primeiro de Jesus e do seu precioso amor, e não fixar a atenção no professor.
É bom sempre nos perguntar se as crianças recordam mais de sua imagem de reforço ou do ensino da imagem do mestre JESUS nas suas mediações do ensino da Palavra de Deus.
Jesus, o mestre, usou sua voz como instrumento de ensino, conduzindo ao aprendizado por meio de perguntas e observações. E, sobretudo por suas palavras e ações práticas, seus discípulos foram mediados pelos sentidos da audição e da visão e foram desafiados a fazer discípulos.
O mestre estimula seus alunos e seus seguidores a fazer mais, seguindo os seus passos, lembrando os princípios estabelecidos por Ele e deseja que, ao observar esses princípios, seus seguidores permaneçam realizando grandes obras, segundo o propósito de Deus, conforme a fé recebida e aplicada em seus corações.
Deus quer usar nossas vidas como ferramentas em suas mãos, para motivar as crianças a trazer à memória a imagem Dele, pelo ensino da sua palavra, por meio de uma interação positiva, com trocas, diálogos e com a compreensão da nossa insignificância e do seu inefável amor.
O mestre instrui com a perspectiva de que seus alunos avancem na busca do conhecimento que foi deixado como base de sua motivação.
Ele orienta seus discípulos a seguirem seus passos, observando e praticando seus princípios e influenciando outros a praticá-los.
E prossigamos, conhecendo e praticando os princípios deixados pelo mestre Jesus, para sermos mais parecidos com Ele.
Tudo o que fizermos na obra missionária deve refletir a pessoa do mestre Jesus, que obedeceu ao Pai, submeteu-se a Ele e venceu.
Que as crianças possam ver em nossas vidas a imagem de Jesus sendo construída.
Que sonhemos com um dia em que possamos atingir um nível de conhecimento do mestre e santificação tão grande que as pessoas possam olhar nos nossos olhos e ver Jesus.
Jesus usou perguntas e ilustrações como ferramentas para auxiliar seus ouvintes a pensar e analisar as suas palavras, e não meramente como um recurso didático, visando obter controle sobre eles. Seu objetivo era conduzi-los a refletir sobre suas necessidades e reconhecer a insignificância deles, e em seguida fazê-los reconhecer o significado do seu precioso amor.
As nossas ações não devem ser centralizadas na nossa imagem, mas refletir a imagem do mestre Jesus em nós.
A pedagogia de Jesus é libertadora, mesmo conhecendo tudo e todos os envolvidos no processo de ensino e aprendizado, Ele respeitou a individualidade de seu público, conduzindo-o a refletir sobre a mesma necessidade de maneiras diferentes, com aplicações pessoais, visando fazê-lo compreender suas limitações e conhecê-lo melhor, como seus discípulos, seguindo os passos do mestre.
Na sua trajetória como Deus homem, direcionava seus discípulos ao aprendizado prático, sempre de forma pedagógica, interagindo com eles, andando, conversando e levando-os à compreensão de vários ensinamentos, entre os quais o de ter uma vida de oração.
Jesus não ensinava de longe, mas de perto, para que pudessem ouvir a sua voz, ver a prática do seu ensino, para depois entender, com convicção, quem Ele era (Jesus) e como Ele era.
O relacionamento de Jesus com Pedro foi marcado por perguntas, respostas, advertências, repreensões. E mesmo vendo Jesus operar muitos milagres, Pedro não tinha compreendido o maior milagre, que era crer na necessidade da morte do Salvador, que seria seguida pelo túmulo aberto, com a ressurreição.
Jesus o advertiu falando da necessidade de orar, para que assim entendesse o seu percurso como missionário, enviado para pregar a salvação aos pecadores perdidos.
O Senhor Jesus, o mestre dos mestres, andou, conversou, olhando nos olhos dos discípulos, mesmo conhecendo-os, mostrando-lhes seu amor e sua compaixão para que fosse revelado nos olhos deles o que estava guardado em seus corações.
Conforme está escrito em Lucas 22.61, Pedro negou o Senhor, dizendo que não o conhecia.
Jesus virou e olhou para Pedro, conduzindo-o a refletir sobre a necessidade de obedecer à sua Palavra e às suas orientações.
Pedro foi constrangido pelo olhar de Jesus.
A atitude de olhar nos olhos deve partir do professor. As crianças precisam ser alcançadas com um olhar cheio de amor e compaixão, que as conduzirá a pensar e refletir sobre quem elas são, quem é Jesus e como Ele é, tendo o privilégio de reconhecer as próprias limitações, compreendendo suas necessidades e a grandeza do olhar transformador do mestre.
Jesus não rejeitou seu discípulo Pedro nem o envergonhou. Seu olhar dispensou palavras. Com o seu olhar misericordioso, cheio de amor, foi-lhe dada mais uma oportunidade para conhecer seu mestre melhor e tornar-se parecido com Ele.
Jesus não desistiu de seu aluno, mas olhou para ele com compaixão.
Jesus interagiu com seus discípulos com palavras e com sua presença, para só então colocá-los na linha de frente como sua igreja, sendo suas testemunhas.
Precisamos mediar as crianças, olhando nos olhos delas, interagindo de tal forma que seu desenvolvimento global seja promovido, formando novos sucessores na obra missionária.
O ministério presencial, de perto, individualizado foi a proposta pedagógica de Jesus para seu aluno Pedro. Sigamos os passos do nosso Mestre, observando e aplicando essa proposta pedagógica para os nossos alunos, segundo suas necessidades, visando ao seu crescimento espiritual e ao seu desenvolvimento físico e emocional.
Pedro foi amado na eternidade, antes, durante e depois do cumprimento do ministério de Jesus como Deus homem, o Filho de Deus enviado.
Que sigamos os passos de Jesus, lembrando-nos de olhar primeiro, alcançando grandes e pequenos, crianças ou adultos, marcando vidas como o aluno Pedro foi marcado, com a compreensão da sua insignificância e do verdadeiro significado da grandeza do amor de Deus.
E que as crianças se sintam abraçadas e marcadas pelo grande amor de Jesus em nossos corações.
Sigamos o modelo de Jesus, o mestre.
Não peça, olhe primeiro!
Para que Cristo cresça e eu diminua, prossigamos refletindo e aprendendo com o grande amor de Deus, por meio de suas estratégias de ensino.
Até a próxima, Viviane.
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Excelente artigo .
Reflexões pertinentes para quem compreende o que a Bíblia diz “O que ensina, esmere-se no fazê-lo “, conhecimento teórico e prático, conhecendo o mestre com intimidade e seguindo o seu modelo de maestria.